sexta-feira, fevereiro 18

os punhos ainda estarão cerrados?























Era uma noite calma como uma sexta feira, 
seu cabelo balançava enquanto os ventos do leste tocavam sua face, 
seus olhos cheios de sofrimentos e incertezas,
atentos a cada movimento das estrelas de sua sagrada constelação,

Seu cheiro de paixão e seu perfume de cereja sufocavam o ar,
sua aura pálida e desperançosa de amor e caridade,
sua doce solidão e prisão,

Caminhava em direção a multidão lançando olhares vazios,
seu nojo do mundo e sua falsa satisfação,
sobre a lama na grama largou sua bolsa,
o bafo do álcool para afastar supostas paixões,
ela testava as pessoas a seu redor,

Seus olhos e seu velho vestido florido,
suas velhas mentiras e falsas amigas,
doze badaladas no relógio da velha igreja,
como uma mudança de ventos que precede a tempestade,
sua aura muda repentinamente,

Os olhos pousam sobre cada manequim na vitrine que era a praça,
cada produto cada roupa cada coração partido,
ela procura ela espera aparecer,
até que seus olhos se desviam para ele,

Seria o cheiro?
Seria a aparência?
Seria o olhar vazio?
Não se sabe. 

O que sabemos é que ambos se encontram nesse mundo,
nessa cidade. 
Seus destinos foram celados e amarrados, 
e como dados viciados,
foram jogados janela a fora.

Ela,
se preocupa com o agora.

Ele,
eterno sonhador se preocupa com o amanha.

.

Os dois?
Talvez jamais,
se encontrem novamente,


A única lembrança?
agora aquele vento do leste que toca a face dos dois,
levando aquele doce cheiro de cereja.

Por mim =3



corações partidos se transformam em poesia

terça-feira, fevereiro 1

despedida


Era a despedida...

- pior que a despedida: - era a separação...
Num derradeira gesto impensado, numa alegria louca
no instante de partir:
- beijaste-me na boca
e te foste a sorrir...