quarta-feira, julho 25

Judas

"Veio-lhe uma alegria: sentia-se ligeira, tinha dormido a noite de um sono são, contínuo, e todas as agitações, as impaciências dos dias passados pareciam ter-se dissipado naquele repouso. Foi-se ver ao espelho" 

Eça de Queiroz, O Primo Basílio 



Era uma febre, destas que te derrubam. Lutei no início mas depois desisti, como um doente que se recolhe a cama e, espera que seu mal seja curado pelo repouso. E, não tive paz nem tampouco repouso; estava contaminada.
Eu queria isso. Fazia tanto tempo que não me sentia assim. Ansiosa. Um frenesi de pensamentos e desejos me ocorriam como um choque de 220 volts a cada hora do dia. Eram tantas as possibilidades. 
A tua imagem era o centro de tudo. O desconhecido, conhecido, o reflexo do espelho, a sombra, a peça faltando. Eu sempre soube que era verdade, que existia isso em algum lugar e, que só esse sentimento que você me fazia sentir me ajudaria. Imaginava sua voz,  queria sua voz, necessitava dela e ela seria perfeita. 
Estava decidido: eu ia ligar!


continua...



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